Editorial:
Afronta à democracia
As eleições que determinaram o novo governador do Distrito Federal, ainda que representem a escolha da maioria, mostram que trouxeram uma pessoa que não se importa com o retrocesso para os setores da educação, saúde, habitação, entre outros de grande demanda popular.
Vitórias obtidas pela população do DF, como a gestão democrática, Escola Candanga, a recuperação paralela nas escolas públicas e exame gratuito do DNA, precisam ser cada vez mais consolidadas para que esse governo autoritário não as liquide com uma só canetada.
O chefe do executivo local começou seu mandato com uma grande sanha, a de acabar com a participação democrática. Projetos e programas que ofereciam diversos benefícios, reconhecidos dentro e fora do Brasil, a ponto de serem copiados, são desmantelados.
Além disso, por meio do pacote de medidas que foi aprovado na Câmara Legislativa - onde tem maioria - o governador obteve amplos poderes, como se fosse um rei.
Como representantes do povo, não podemos nos calar. Trazemos à tona o que consideramos uma afronta à única soberania verdadeira: a do povo.
Denúncia impede aluguel extorsivo
Sem fazer licitação ou dar qualquer explicação, a Secretaria de Educação do DF estava prestes a alugar vagas em uma escola no Incra 8, em Brazlândia, no valor de R$ 1,5 milhão. A transação foi impedida devido à denúncia feita pela deputada Lucia Carvalho no plenário da Câmara Legislativa.
Cálculos demonstraram que, por mês, seriam pagos R$ 140 mil de aluguel pelas vagas, o que equivaleria a mensalidades no valor de R$ 230 para cada um dos 600 alunos matriculados. Levantamentos feitos por assessores do nosso gabinete apuraram que para alugar 16 salas de aula da UPIS, no Plano Piloto, a gestão anterior do GDF pagou R$ 30 mil por mês. " Por que não houve licitação ou ao menos a secretaria prova que esse é o valor mais acessível ", questiona Lucia Carvalho.
O contrato foi desfeito mas a secretaria não deu explicações que justificassem a decisão anterior.